Real Pelágio
A associação cultural Produções Real Pelágio foi fundada em 1997 por Sílvia Real e Sérgio Pelágio, e promove a criação artística e a educação pelas artes.
Partilhando afinidades estéticas, conceptuais e programáticas, a coreógrafa e bailarina Sílvia Real e o músico Sérgio Pelágio trabalharam juntos pela primeira vez em "Sob" de Vera Mantero (1993). Como co-criadores, estrearam “Natasha” (1995), "Pour Bien" (1995) e "Road Movie" (1996). Já com as Produções Real Pelágio, prosseguiram com "Casio Tone" (1997), "Assim vai o mundo" (1998), "O eco do eco" (1999); "Handy #23" (2001), "Solo para dois intérpretes #1 e #2" (2002), "Subtone" (2003) e "Tritone" (2007).
Em 2007, celebraram na Culturgest o 10.º aniversário da existência da personagem que se tornou a sua imagem de marca - a Sra. Domicília. Em 2013, apresentaram "Domicília Magic Show", uma revisitação ao universo da Sra. Domicília, pela primeira vez num espectáculo ao ar livre (Serralves em Festa, 2013). Em Abril de 2015 estrearam "Pessoa Invisível", integrado no Projecto "Café Orpheu - Comemorações dos 100 anos da Revista Orpheu" (Casa Fernando Pessoa).
Um dos principais objectivos das Produções Real Pelágio desde a sua formação, tem sido a circulação do trabalho de Sílvia Real e Sérgio Pelágio, que sempre procuraram que chegasse às diferentes regiões do país, assumindo a descentralização como uma estratégia de democratização do acesso à fruição artística e criação de novos públicos para as artes. Para além das circulações nacionais, têm apresentado as suas criações em vários países da Europa, América Latina e Ásia.
Paralelamente ao percurso de criação conjunta, Sílvia Real e Sérgio Pelágio desenvolvem criações autónomas, e participam como co-criadores e intérpretes em projetos de outros artistas.
Desde 2009, Sérgio Pelágio dedica-se ao projeto "Histórias Magnéticas", dirigido ao público infanto-juvenil, articulando três coordenadas de trabalho: educação artística, pensamento crítico e cruzamento disciplinar. No 10º aniversário deste projeto, foi lançado o CD “Histórias Magnéticas” (2018, BOCA – Palavras que alimentam).
Como compositor de bandas sonoras para dança, Sérgio Pelágio trabalhou com os coreógrafos Paulo Ribeiro, Paula Massano, João Galante, Teresa Prima, Vera Mantero e Francisco Camacho. Das colaborações com estes dois últimos, resultou a edição de "Bandas Sonoras para peças de Francisco Camacho e Vera Mantero 1993-97" (2002, Miso Records).
Sérgio Pelágio toca regularmente com o contrabaixista Mário Franco, tendo lançado “Our Door”, Mário Franco Trio (2014, TOAP/OJM), e “Rush”, Quinteto Mário Franco (Nischo Records, 2017). Em 2021, apresentou pela primeira vez em concerto o seu novo trabalho a solo (Festival Verão Azul, Lagos).
Desde o final dos anos 90, as Produções Real Pelágio definem como intenção central das suas atividades o desenvolvimento de discursos críticos através das artes, envolvendo crianças, jovens e adultos. Um princípio básico do seu trabalho que se tem materializado na realização de oficinas para crianças, estimulando a sensibilidade artística dos mais novos, a par de uma abordagem aos direitos humanos.
Neste contexto, desde 2011, Sílvia Real trabalha com crianças na Escola A Voz do Operário, no bairro da Graça, em Lisboa. Em 2013, em estreita parceria com A Voz do Operário e a EIRA, foram lançadas as bases do Centro de Formação Artística (CFA), no Teatro da Voz (antigo Teatro da Graça/Lisboa). Desde então, Sílvia Real assumiu a coordenação pedagógica/ artística deste projecto de formação contínua com crianças, que abrange vários níveis de ensino na Escola A Voz do Operário, e se tem estendido à Escola Básica do Castelo e à Escola Básica de Santa Clara.
Em 2013, formou-se o Grupo 23: silêncio!, um coletivo composto por crianças e jovens, apoiado por profissionais das artes, com direção artística de Sílvia Real. Ao longo de cinco anos de intensa atividade, o grupo estreou três espetáculos: “E se tudo fosse amarelo?” (Culturgest, 2015), "Agora", com direção artística de Bruno Cochat (São Luiz Teatro Municipal, 2017), e "A Laura quer!" (Teatro Nacional D. Maria II, 2019). Desta experiência resultou a edição do livro/DVD: "Isto é uma cocriação!: antimanual de criação artística na infância" (2015, Boca-Palavras que alimentam).
Em 2019, Sílvia Real, como co-criadora e intérprete, e Sérgio Pelágio com música original e interpretação ao vivo, encontraram-se em palco, em VelhⒶs, de Francisco Camacho. Em 2022, as Produções Real Pelágio completam 25 anos de atividade.
As Produções Real Pelágio são membro da REDE - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, assumindo a direção em 2021-22.
As Produções Real Pelágio são uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura - Direção Geral das Artes e apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa e pela SIB A Voz do Operário.